quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

‘’MEA-CULPA’’






O ano letivo de 2008, no Colégio Estadual Prof. João de Oliveira, para alguns alunos e alunas, terminou no dia 18/12, para outros, os que ficaram de recuperação semestral e final encerra-se no dia 31/12/08.
Após exatos 20 de meses de gerência e ingerência no citado colégio fazemos uma avaliação dos avanços, retrocessos e do que permanece como “dantes no castelo de abrantes”.
É certo que não conseguimos implementar todas as mudanças que almejamos, principalmente o ideário de uma educação libertária, e efetivamente interdisciplinar, coletiva,em que não exista donos do saber e sim interlocutores no processo ensino-aprendizagem. Tivemos bons momentos, como nos Jogos Internos, Mostra de Arte, Uso dos laboratórios de forma didática entre outros que demonstram que é possível a construção coletiva de saberes.
Infelizmente tenho que fazer um “mea culpa”, estabelecer uma auto-crítica. Como Diretor indicado através de “Q.I”, quem indica, famigerada forma de concentrar poder no governante-mor que indica os cargos comissionados. Não implementei todas as mudanças necessárias, prevaleceu este ano, pedagógicamente, formas tradicionais e arbitrárias de estabelecimento de pseudos processos de ensino-aprendizagem. Durante o ano, de certa forma presenciei a negligencia de "alguns" profissionais no cumprimento de suas atividades docentes e administrativas, aulas não ministradas e não repostas, descumprimento de calendário e orientações, abuso da autoridade de professor, toda sorte de pressão psicológica e emocional, enfim tudo que caracteriza o tradicionalismo que faz da escola uma instituição imutável a 200 anos.
Confesso, esperava mais de mim, primeiro como educador, depois como gestor. A princípio o cargo comissionado por “Q.I” me constrange, nos obriga a ficar alicerçado numa doutrina clientelista, obrigado a viver ‘’dando jeitinhos’’ e aceitar o jogo daqueles que estão no poder. Depois, só o fato de saber que existem funcionários recebendo seus proventos sem trabalhar, docentes descumprindo seus deveres estabelecidos no Estatuto do Magistério, me torna no mínimo omisso e omissão tanto é crime como é pecado, mesmo que tenha tentado contornar denunciando no comitê e levado esses casos para uma instancia maior, e recebido como resposta que os irresponsáveis que tem “”costas-quentes” não são punidos e sim agraciados com cargos, não sou obrigado a permanecer como gestor indicado.
Por isso, faço neste momento, um “mea-culpa”, uma auto-crítica, pois a possibilidade de descumprimento das obrigações de gestor em nome da governabilidade, em nome do jogo político é pauta das minhas divagações e das minhas críticas e não é possível continuar sendo ético pela metade, sendo verdadeiro em metade das ações.
 
Copyright © 2010 TRANSPARÊNCIA POÇO VERDE. All rights reserved.