domingo, 18 de janeiro de 2009

Desafios da Educação Pública. Qualidade, Inclusão, Participação da Família.



Em recente desafio lançado pela revista veja “O Brasil Que queremos Ser”, que busca propostas de experiências bem sucedidas na educação pública, nortea-se os desafios com base em propostas em investimentos em infra-estrutura, formação de professores, salários, uso de novas tecnologias, entre outras. Aproveitamos o ensejo, para fazer uma analise da educação pública no município de Poço Verde, tanto da rede estadual quanto da municipal.

Nos últimos quatro anos, “a César o que é de César, e a Pedro o que é de Pedro”, alguns investimentos foram feitos na Educação Pública nas duas esferas. Os Salários dos Professores, principalmente da rede municipal sofreram reajustes acima da média, inclusive do estado e da região, e alguns investimentos foram feitos, embora poucos ainda, em infra-estrutura. Escolas foram reformadas, laboratórios de inclusão digital foram instalados e no tocante a formação de professores hoje, temos duas faculdades instaladas em nosso município, os pólos da UNIT e da UFS, afora as várias faculdades da região, AGES, FJAV, UVA etc. Cursos de Pós-Graduacão pipocam por toda a região e de diversas formas, para todos os bolsos e gostos. O transporte escolar, apesar de problemático atende a alunos em todas as regiões do município, enfim, demos um salto quantitativo.

No entanto, algumas práticas do atraso continuam e repercutem negativamente nos índices educacionais, como reprovação, evasão, principalmente na rede pública municipal. É necessário, portanto, “colocar o dedo na ferida”, ou melhor, nos privilégios de alguns.
Enquanto persistirem práticas como: Salas multisseriadas, ou seja um professor com alunos de 1a, 2a, 3a e 4a séries na mesma sala no mesmo horário, educadores com apenas 08 alunos e no final do ano os mesmos 08 alunos reprovados, salas de aula do ensino fundamental das primeiras séries superlotados, alunos e alunas estudando com profissionais que teimam em não querer se atualizar, aquisição de produtos com recursos do FNDE/PDDE feitos por gente que não trabalha nas escolas ou com as escolas, gastos de recursos do FUNDEB com profissionais contratados enquanto na rede pública, se se fizer um redimensionamento teremos professores sobrando, principalmente na rede estadual. Enquanto o município e o estado não valorizarem os profissionais que se destacaram em âmbito nacional, estadual ou tem práticas bem sucedidas, não avançaremos, não estaremos construindo uma educação pública, inclusiva e de qualidade.

Sobre profissionais bem sucedidos, abro um parêntese para falar de uma professora nota 10, premiada nacionalmente pela fundação Victor Civita, que recentemente qualificou projeto para ser apresentado na FUNACEB em Brasília/DF, e também montou um projeto que foi aprovado pelo Ministério da Cultura rendendo financiamento para o reisado no município. Pergunto: Qual município do Brasil não gostaria de ter em seus quadros dirigentes uma profissional desse tipo? Qual chefe de executivo, em sã consciência não gostaria de ter como dirigente maior da educação em seu município uma profissional com tamanha qualificação? Pois é, nós, em Poço Verde temos alguém com esse quilate, com essa assombrosa e honrosa qualificação profissional.

Infelizmente parece que ainda teimam as velhas e rançosas práticas politiqueiras em que pensamentos divergentes e críticos não devem se coadunar em benefício da coletividade, daí os péssimos índices educacionais, apesar dos poucos investimentos públicos em educação.
Somos, por conseguinte todos culpados, chefes de executivo e gestores que não enxergam na diversidade o motor para alavancar um projeto de educação pública que vise qualificar verdadeiramente nossas crianças e jovens, educadores que aceitam a mesmice e o velho chavão de que mudar para que, deixe tudo como está. Ademais não adianta cobrar se você não cumpre, temos que dar testemunho de profissionalismo, de consciência política, de ação positiva onde estivermos, pois, também, temos que enxergar que cada um pode dar sua contribuição visando um objetivo comum. Também lutar, para termos salários dignos, (A efetivação do piso salarial, um direito do educador ainda gera polemica pois os governanates não querem cumprir), condições dignas e reais de trabalho, valorização profissional entre outros direitos.

Finalizando, acredito que um dos grandes desafios da educação pública é trazer a família para escola, pois, é a família que primeiramente educa e a escola que julga ensinar. Se os pais participarem verdadeiramente do dia a dia da escola, cobrando dos dirigentes dos municípios e dos estados, dos gestores e dos profissionais que atuam na escola, acompanhando a vida escolar dos filhos e dos professores, agindo como verdadeiros donos e donas das escolas públicas, propondo, discutindo, agindo, teremos, com certeza mudanças profundas que descambarão numa escola melhor, mais digna, inclusiva e de qualidade para todos que participam dela.
 
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