sexta-feira, 26 de junho de 2009

Democracia de papel, cidadão de papel e plástico



Eleições passam, governos se estabelecem, partidos caem, outros assumem o poder e tudo continua do mesmo jeito. Aqui, acolá,, em qualquer canto desse imenso Brasil, as mudanças nas formas de administrar os bens públicos sofrem mudanças insignificantes, e as velhas/novas formas de poder e mando resistem, por mais que promessas sejam feitas nas eternas campanhas políticas.
Não é preciso ser um “expert” em história para se entender que a velha democracia idealizada pelos antigos gregos, sofre mutações cíclicas, desde aquela idealizada só para os chamados cidadãos até a nossa elaborada por “representantes do povo” e registrada em papel para ser seguida por todos, mais que está a serviço apenas de alguns. E assim temos constituição federal e estadual, lei orgânica, códigos e mais códigos escritos em papel para cidadãos de papel e plástico.
Por conseguinte, basta observar as transgressões constantes e cotidianas perpetradas pelos dirigentes que, no papel é passível de punição, mas que se tornaram tão rotineiras que é visto como se fosse lícito e normal. É carro púbico, ou locado, pago com dinheiro público, rodando nos finais de semana, visto em festas, utilizado para passeios, é o público se confundindo com o privado, ninguém sabe o que é propriedade particular ou propriedade pública, combustível pago com recurso público colocado em carros particulares à luz do dia, máquinas públicas utilizadas em propriedades particulares entre outras ações consideradas normais, pois de tão rotineiras se tornaram “lícitas”, aos olhos do poder e do povo.
Denuncias veladas existem aos montes, se fala em todas as esquinas desse imenso burgo que é o país, nas mesas de bares, nas alcovas, nas rodas de amigos e inimigos se fala tanto em propina cobrada para se liberar um pagamento, quanto em grandes somas pagas na execução de grandes e pequenas obras, como também em superfaturamento, aquisição de produtos escolares de péssima qualidade por preços elevados, funcionários fantasmas, os chamados marajás entre tantas formas ilícitas e transgressoras da nossa democracia de papel.
Não é novidade, nesse país que emprega empregadas domésticas como assessoras parlamentares ou secretárias só para receber proventos provenientes do erário publico, que privilegia os amigos de todos os reis como disse com pouca “moral”, mas com propriedade, um certo parlamentar, que todos os papéis, onde estão escritos os nossos direitos e deveres, são rasgados diuturnamente, jogados no lixo, principalmente quando são para beneficiar aqueles que exercem o poder ou aqueles poderosos por força do dinheiro.
Por isso, uma carteira de identidade, um CPF, o cartão de aposentadoria entre outros números que nos identificam, não nos transformam em cidadãos plenos de direitos, mas em cidadãos de papel e plástico, pois não somos e nunca seremos iguais em deveres e direitos enquanto essa democracia não sair verdadeiramente do papel e ganhar as ruas desse país.
Enquanto isso, no Senado Federal:
Quentinhas fornecidas por restaurante chique pagas com verba indenizatória;
Filhos, noras, cunhados, netos, primos de presidente são nomeados através de atos secretos;
Auxiliomoradia é pago a parlamentares que tem residência em Brasilia;
Ligações residenciais são pagas pelo Senado(208 mil reais);
ATOS SECRETOS ATOS SECRETOS ATOS SECRETOS ATOS SECRETOS ATOS SECRETOS ATOS SECRETOS ATOS SECRETOS ATOS SECRETOS ATOS SECRETOS
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