terça-feira, 5 de abril de 2011

Mensagem aos Alunos Concludentes 2010

Mensagem aos eternos alunos e alunas do CEPJO
Proferida na Colação de grau 2010

Amigos e amigas,

Foram, para alguns, três longos anos e para outros, mais. Hoje parece que o tempo voou. O primeiro dia das suas vidas de estudantes do Colégio Estadual Professor João de Oliveira parece que foi ontem. Vocês lutaram para fugir do corredor no 1º ano; brigaram para sair das salas mais quentes do 2º ano e guerrearam para, enfim, ir embora definitivamente das últimas salas do 3º ano.

Mas, tenham certeza, vai bater um “banzo”, saudade danada das prosas nos corredores, das brincadeiras nas salas de aula, das mostras de arte, das primaveras literárias, dos jogos internos, das conversas, apelidos, codinomes dos professores, funcionários, equipe diretiva, até das angústias dos dias de provas e resultados finais. Nessa horas, quando bater o banzo, podem vir nos visitar, andar de novo nos corredores, prosear com professores, sentirem-se eternos alunos do CEPJO.

Todos os anos converso com “meus alunos” e “alunas” “terceiranistas”, tentando fazer com que um lampejo de agradecimento, uma réstia de luz, de consciência ser acenda e que, como forma de agradecer a sua velha e boa escola, aos anos de uso de suas dependências, façam um mutirão final de limpeza, quiça pintura e arrumação, num momento final de despedida do ambiente que deu guarita a busca da intelectualidade. Mas, se isso não acontecer, também ficaremos satisfeitos, pois, nesses três anos aprendemos a gostar de vocês, a entender suas virtudes e defeitos, a compreender o quão bons alunos vocês foram, pois, nos respeitaram e respeitaram essa escola que é nossa e que será dos nosso filhos, sobrinhos, netos, irmãos, amigos.

Para finalizar deixo para reflexão uma poesia de Pablo Neruda, para que vocês pensem em se tornarem cada vez mais em pessoas alegres, conscientes, que se valorizem como seres humanos, que busquem constantemente a felicidade sem se prender a dogmas, tabus e convenções sociais impostas. Nunca pensem em se tornarem seres amargos, nem que para isso seja necessário abandonar o que aprece certo, mas, que na verdade os tornam reféns das falsas convicções de vida pseudo confortável. Lutem sempre par se tornarem seres planos de luz e alegria.

Eis a poesia. Reflitam:

Morre lentamente - Pablo Neruda

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar,
morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante...
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade".


Luiz Carlos(Luladezéemidio) - Janeiro de 2011
 
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