sexta-feira, 10 de julho de 2009

O ANALFABETO POLÍTICO



Tempos dificeis, em que reacionários tentam resgatar antigas ideologias politico administrativas com pitadas de fascismo. Para os que se escondem no anonimato ou em pseudonimos para achicalhar aqueles que não temem, publico essa poesia do dramaturgo alemão Bertold Brecht(1898/1956)e que cai como uma luva(uma não, duas!)na nossa sociedade anacrônica e lacaia dos poderosos.

O analfabeto político
Bertold Brecht

O pior analfabeto é o analfabeto político.

Ele não ouve, não fala, nem participa dos

acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida, o preço

do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel,

do sapato e do remédio

dependem de decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que

se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.

Não sabe o imbecil que, da sua ignorância nasce a prostituta,

o menor abandonado, o assaltante e o pior dos bandidos

que é o político vigarista, pilantra,

o corrupto e o lacaio dos exploradores do povo.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

UMA SENSAÇÃO DE IMPUNIDADE, NEGLIGÊNCIA E OMISSÃO



Os fatos ocorridos no último final de semana na nossa cidade nos dão a nítida dimensão do tamanho da impunidade, negligencia e omissão dos poderes constituídos e da sociedade. Um garoto brutalmente assassinado num lugar público ermo, e o silencio sepulcral que cobriu a cidade como um manto de terror que provocou uma pseudo amnésia coletiva.
A terrível face da selvageria foi vista por todos ao amanhecer do sábado, 03 de julho e, no mercado, nas ruas e casas da nossa city, os comentários aterradores sobre mais uma vitima da violência, abatida com requintes de crueldade, ceifada a golpes de porrete e tiros. Uma criança foi trucidada num crime hediondo, sem precedentes na nossa curta história. Parecia que estávamos ouvindo noticiários do Rio de janeiro ou São Paulo e, depois... O silencio...
Na verdade, estamos em silencio há muito tempo, enquanto as drogas, o álcool, prostituição e criminalidade de toda sorte campeam nas ruas, vielas, becos e lugares despovoados da outrora pacata Poço Verde. É assombroso o número de adolescentes consumindo álcool, às claras, nos bares da cidade, fala-se muito no avanço do “crack”, uma droga letal que mata a curto prazo.
O mais aterrador é que a presença do Estado, através da Secretaria de Segurança Pública, diminui, enquanto a criminalidade de toda sorte aumentou no município. Temos noticia de que o numero de policiais no município diminuiu e dificilmente se vê ações preventivas do judiciário e da policia. Existem lugares desabitados, mal iluminados e desprovidos de vigilância, que são públicos, que servem de ponto de tráfico, consumo de drogas, prostituição e violência que carecem de uma ação do poder público municipal, como no caso o módulo esportivo entre outros lugares.
Mais, mais aterrador ainda é que, desta vez, foi vitimada, de forma brutal, uma criança que não tinha nenhum antecedente criminal nem envolvimento com qualquer tipo de violência ou conduta imprópria.
Assim, esperamos uma resposta urgente dos poderes constituídos. Do Estado, através da Secretaria de Segurança Pública, o aumento do efetivo da PM, e da policial local a prisão dos criminosos, ou criminoso, e a elucidação do crime, respondendo a sociedade que, embora calada, clama silenciosamente por justiça; do Poder Judiciário a punição exemplar; Do executivo municipal uma ação nos lugares ermos, em especial no modulo esportivo, ou reconstruindo, dotando de iluminação e vigilância, ou derrubando, de vez, aqueles muros horríveis; Do legislativo municipal, esperamos projetos que visem proteger nossas crianças e adolescentes e, da sociedade, que acordem do torpor e cobre, reivindique, independente da cor partidária, ações que tornem o município mais seguro e que tenhamos uma educação e saúde de qualidade para todos.
Ademais, percebe-se uma sensação de impunidade, negligencia e omissão. Hoje, 06.06, as 17.30 horas, passei próximo ao módulo esportivo, local da barbárie, e estava em pleno funcionamento, pessoas praticando futebol como se nada tivesse acontecido naquele fatídico local. Pergunto-me se estamos nos acostumando com a violência, com a barbárie. Os muros decrépitos, caindo, são o testemunho da maldade cometida, são os testemunhos, hoje, da nossa omissão, do esquecimento proposital da sociedade poçoverdense. No mínimo esperava que o poder executivo, através da secretaria de esportes e obras interditasse, por tempo indeterminado, aquele local. Que, a sociedade fizesse um levante pacifico e acabasse de derrubar aqueles muros que tentam esconder a vergonha da vilania cometida contra uma criança.
 
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