sábado, 28 de fevereiro de 2009

Rede Globo, Maquiadora Internacional







A Rede Globo de Televisão mais uma vez se supera e, dessa vez, de forma internacional, como uma grande maquiadora da verdade sobre sociedades, vendendo um produto made in Índia.
Estamos cansados de ver a realidade brasileira maquiada pelas novelas globais que vão ao ar semanalmente invadindo os lares brasileiros e, também, vendendo imagens distorcida da nossa realidade para o estrangeiro. Prova disso são as paisagens urbanas mostradas nas novelas, sempre aparecendo cartões postais do tipo Cristo Redentor, Copacabana e outras, e a realidade das favelas das grandes cidades nunca mostrados como realmente é.
Na nova novela das oito a globo se superou, em caminho das índias, as grandes cidades indianas são mostradas pelo seu lado mais bonito e encantador. São vistos templos, palácios e outros pontos turísticos para endinheirados verem.
Mas, a realidade da Índia, como no Brasil, é outra. A miséria campeia e a maioria da população vive no submundo da pobreza. Ressalvado a abordagem sobre a sociedade, dividida em castas, sempre, por sinal abordada, mostrando inclusive um víeis ideológico, parecendo comparar para justificar a questão de classes sociais, como se aqui fosse melhor pela questão de mobilidade, a Rede Globo dessa vez se superou, agora maquiadora internacional “made in índia”.
Observem as fotos no inicio do texto, essa realidade da miséria que campeia no submundo da maioria do povo indiano não é mostrada pela “nossa” rede globo.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL, BELÉM/PA, 25 A 1º DE JANEIRO DE 2009, POÇO VERDE ESTEVE PRESENTE







Imagine um mega evento social com a participação de cerca de 156 mil pessoas de 142 países, representantes de 2600 entidades sociais do mundo todo, 05 presidentes de repúblicas da América Latina e 16 ministros do Governo Lula. Estamos falando do Fórum Social Mundial(FSM), ocorrido em Belém do Pará entre os dias 25 de janeiro e 1º de fevereiro de 2009.
Poço Verde esteve presente no FSM, representados pelo enfermeiro Magno do MOPS/Movimento Popular de Saúde e por Anisia, uma jovem poçoverdense estudante do 2º ano de enfermagem. Tento, nesse artigo jornalístico, resgatar um pouco das impressões desse magnífico e fundamental evento popular, sob a ótica dos nossos representantes.
O Fórum Social Mundial (FSM) é um espaço aberto de encontro – plural, diversificado, não-governamental e não-partidário –, que estimula de forma descentralizada o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mais solidário, democrático e justo. As três primeiras edições do FSM, bem como a quinta edição, aconteceram em Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Brasil), em 2001, 2002, 2003 e 2005. Em 2004, o evento foi realizado pela primeira vez fora do Brasil, posteriormente na Índia . Em 2006, em expansão, o FSM aconteceu de maneira descentralizada em países de três continentes: Mali (África), Paquistão (Ásia) e Venezuela (Américas). Em 2007, voltou a acontecer de maneira central no Quênia (África).
Para Magno o Fórum é um contraponto ao Consenso de Washington e ao Fórum de Davos “que é um fórum econômico. O FSM não é um Fórum deliberativo, mas um debate social acerca dos problemas que o capitalismo gera e não discute com os povos do mundo. Esta discussão ampla envolve: saúde, educação, meio ambiente, mídias alternativas etc. Para Anisia as impressões mais marcantes foram as que transmitiram idéias e princípios de solidariedade, diversidades e novas perspectivas de vida, e discussões como questões éticas: “responsabilidade social, compromisso com a vida de todos os atores sociais, sociedade civil, estado.” desvinculando da aparência (na Grécia Antiga o que marcava era o SER, no Mundo Capitalista o TER e hoje, no mundo contemporâneo o que prevalece é o APARECER) . Magno ressaltou, também, a atuação do MOPS e da ANEPS/Articulação Nacional de Educação Popular em Saúde, “pois esses movimentos apresentam discussões que vão além dos modelos econômicos que oprimem a humanidade formando um estado em caixinhas que engessa qualquer participação popular, pois esse modelo de estado burocratiza a vida social”, e como disse o Presidente Lula, que esteve presente no evento, “UM OUTRO MUNDO NÃO É SÓ POSSÍVEL, É NECESSÁRIO”.
Confesso que fiquei extremamente emocionado com o que ouvi de duas pessoas com experiências de vidas diferentes. Um mais maduro e participe ativo de movimentos sociais, nascido e criado no debate contínuo e na construção de um mundo melhor e outra jovem estudante sem experiência nesse tipo de debate mas que, ambos, falaram do Fórum Social como um momento marcante para suas vidas e para vida da humanidade como um todo. Magno deixou uma impressão para lá de positiva, fez reforçar minha crença de que projetos de vida e de ação fora do estado é possível, como é possível levar aos jovens como Anisia uma imagem verdadeira do mundo, uma imagem possível de diversidade e de um planeta melhor para todos, ou, como disse Magno, “o movimento social é extremamente necessário no enfrentamento do estado neoliberal pós-moderno que tem como conseqüência a opressão e a pobreza.
P.S. José Magno Alves dos Santos é formado em Enfermagem, pela USP, com especialização em Saúde da Família.
Anisia é poçoverdenses, aluna oriunda de escola pública e Estudante de Enfermagem 2º Ano.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

“SÓ PODIA SER MULHER”




Da série "reflexões de Valteno", um artigo sobre o machismo. (Com permissão do autor)

Com relação a pequenos deslizes no trânsito, muito se ouviu, e o pior, muito se ouve, pelas avenidas, vielas e logradouros da cidade, - quiçá do Pais, a sentença bem logo vi, só podia ser mulher.
Porém, aqui vai uma constatação bombástica, - os machistas não são apenas estúpidos, são míopes também. O difícil é precisar se, neste ponto, são míopes porque são estúpidos ou o contrário.
Tempos virá em que toda a sociedade ocidental será orientada, na educação formal, a conhecer-se a partir do estudo da neurolingüística, por via do que melhor e mais amplamente conheceremos as nossas dimensões antropológicas (homo somaticus e homo psiquè), as nossas pontencialidades e, por conseguinte, as nossas limitações.
Tal como haveremos de buscar ponderar os direitos e deveres nossos, conhecer as nossas limitações é tão ou mais importante quanto conhecermos as nossas potencialidades.
No que diz respeito ao machismo, que tem raízes históricas profundas no alvorecer da nossa civilização ocidental, haveremos de reconhecer que, em uma sociedade onde só quem produzia, administrava e decidia era o macho, o papel reservado à mulher não iria além de objeto de reprodução, e de mão-de-obra doméstica. Tal circunstância deixou sinais marcantes na linguagem, no idioma português por exemplo, que se formara lá pelos idos dos séculos I a três desta chamada Era cristã. Isto, claro, porque numa sociedade onde a mulher não tem voz, não se faz agente dos processos produtivos, está restrita à cozinha e à cama, nenhum reflexo do seu pensar, do sentir, dos seus ideais hão de ficar gravados nos expedientes identificadores da cultura dessa coletividade.
Não é nenhuma novidade que a nossa sociedade padronizou atitudes e comportamentos com relação a tudo ou quase tudo aquilo que constitui lida cotidiana – cor rosa não é coisa de homem, tal lugar não é próprio para mulher, quem faz assim é mulher, agir assado é coisa de homem.
É bem certo que o mergulhar nessas nuances nos fará melhor compreender o resultado comportamental ulterior, que se apresenta a nossa frente, satisfazendo a certas expectativas ou as frustrando. Mas é sobretudo correto afirmar que o machista, insensível em sua ignorância, míope em seu fascismo, estúpido em sua indolência, é absolutista em tudo, não se faz capacitado a processar análises sociais e históricas; assim, não enxerga as relações sociais a partir de uma panorâmica diacrônica, apenas toma os fatos como pontos sincrônicos dissociados do todo, da História, e da cultura.
Todo mundo vê que as mães são as maiores reprodutoras do machismo, produto este mais apanhado e intensivamente utilizado pelos homens. Afinal, apesar da acentuada inserção da mulher no mercado de trabalho hoje, os filhos, ainda, são mais largamente orientados e educados por suas genitoras; isto é, passam mais tempo de suas vidas com as mães do que com seu pais, e é delas, portanto, que recebem a maior carga de mensagens formadora da sua personalidade, do seu caráter, do seu imaginário.
De tal modo as mães tragicamente reproduzem o machismo, confinando as sandrinhas em suas cozinhas, nas atividades domésticas, enquanto os paulinhos são convidados a ganharem a rua, para jogar sua bolinha.
- Paulinho, saia daqui menino dessa cozinha, vá jogar sua bola...
Enquanto a irmãzinha Sandra lava prato e varre a casa, de tal sorte perpetua-se o câncer do machismo, sutil e sistematicamente, entre nós. Enquanto a pequena Sandra ajuda a mãe nas atividades domésticas, “prendando-se” (preparando-se) para ser mais uma dona de casa (esposa de mais um machista) e mãe de mais uma sandrinha futura, o alegre Paulinho desloca-se todo faceiro para o campo de futebol, em um veículo sémi-novo, com seu pai, que não raras vezes, tem deixado o filhinho voltar para casa conduzindo o automóvel, após o mesmo ter completado doze anos de idade.
Assim, embora Sandrinha seja um ano mais velha que o irmão nunca lhe foi permitido “pegar” no carro do pai. Mas Paulinho já está craque no volante!
Verdadeiramente, não se caindo na vala comum da irreflexão, não fica tão difícil entender e compreender que, finda a adolescência, os paulinhos serão realmente peritos condutores, ademais corajosos e audazes ao volante; ao passo que as sandrinhas, porque somente vão ter em seu domínio a direção de um automóvel da auto-escola, quando já na faculdade, na fase adulta, serão as motoristas por vezes incautas, titubeantes e mesmo negligentes.
Mas como poderia ser diferente? Senão, invertam-se os papéis. Ponham-se os paulinhos nas pias e nos fogões, e as sandrinhas, desde cedo, no volantes(...)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

VERDADE INCONVENIENTE




A mídia brasileira anda em polvorosa no momento com as entrevistas do Senador Jarbas Vasconcelos, que atacam o PMDB e fazem uma varredura ética nos “princípios” que norteam a política brasileira.
Para rabiscar algumas palavras sobre essa “hecatombe” política, causada pelas declarações do Senador Jarbas Vasconcelos, tomo emprestado o título da coluna de Dora Kramer, da Agencia Estado, publicada no Jornal da Cidade do dia 17/02/2009, Verdade Inconveniente.
As palavras do Senador foram duras e diretas, “boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção”, “A maioria se move por manipulações de licitações e contratações dirigidas”, “Não basta mudar os nomes, é preciso mudar as práticas” , são palavras que buscam tornar públicas o que todo mundo já sabe mas que se esconde, sempre embaixo do tapete, principalmente quando interesses do mundo político corporativo estão em negociações.
Nos perguntamos se expor entranhas de modo tão direto vale a pena, pois, muitas vezes somos chamados de loucos, quixotescos, e tratados, como disse Dora Kramer, de “‘indisciplinado(s), boquirroto(s) e intolerante(s)”.
Sobre a questão da avidez por cargos, na entrevista para a Veja, Páginas amarelas, dia 18/02, Jarbas foi taxativo em responder que a luta por cargos é: “Para fazer negócios, ganhar comissões. Alguns ainda buscam o prestígio político. Mas a maioria dos peemedebistas se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados: manipulações de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral. A corrupção está impregnada em todos os partidos. Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção”.
Nada de novo, pois todos os brasileiros de boa ou má fé sabem que não é de hoje que essas práticas que infestam todos os burgos desse país, em todas as esferas, estão historicamente presentes e são parte do corpo, não como um ser alienigina, mas como uma doença endêmica que aprendemos a conviver, embora não aceitemos, embora saibamos que, como um câncer odioso está nos matando aos poucos.
Mas, será que estamos enxergando “moinhos de vento” ? Será que O Senador Jarbas Vasconcelos também é um Dom Quixote, e suas ilusões são, portanto, Quixotescas? Então, tratemo-o como louco, ou boquirroto, pois é muito melhor para sociedade jogar tudo debaixo do tapete, e, mais uma vez a grande chance de colocar como foco principal das discussões a questão ética, será esquecida nas prateleiras empoeiradas das esquinas das nossas mentes corruptas.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

O DECÁLOGO DOS PAIS


Jorge Leal é Professor de Língua Inglesa. Formado em Letras-Port-Inglês pela Universidade Federal de Sergipe - UFS. Atualmente leciona Inglês na Escola Agrícola Pres. José Sarney (EF) e no Colégio Estadual Prof. João de Oliveira (EM)e faz Pós-graduação em Mídias na Educação pelo MEC.

Peço licença ao amigo blogueiro Jorge Luis, editor do conceituado blog CNNPV, para republicar a reportagem abaixo, O DECÁLOGO DOS PAIS. É um momento importante para alunos, alunas, educadoras, educadores e familias que tem filhos estudando nas escolas públicas estaduais e municipais. É recomeço das aulas, e muitas antigas práticas nocivas de profissionais que atuam na educação continuam. Continuam e a impunidade torna-os sujeitos intocáveis. A perniciosa e criminosa prática das aulas perdidas, que se perdem para sempre, pois nunca são verdadeiramente repostas, continuam,como continuam o descaso e os privilégios de servidores que atuam na educação e daqueles que se sentem donos dos assentos nas escolas. Somos todos culpados, e resta as familias revolucionarem, começarem a agir na prática, cobrando dos dirigentes, dos gestores das escolas, e dos professores e servidores que cumpram verdadeiramente com seus trabalhos, pois, mal ou bem recebem para isso, que lutem se se sentirem mal pagos mas que não "descontem" nos alunos e alunas quando se sentirem prejudicados pelos governos e, chega da velha máxima de que "o governo finge que paga, o professor finge que leciona e o aluno finge que estuda". Chega de hipocrisia na educação!!! Basta de falações e falácias no ensino público!!! Como os "sans cullotes" da revolução francesa os pais devem invadir literalmente as escolas para observarem quem realmente atua e colocar para fora os "vendilhões do templo". Ah! inclusive coloco o meu pescoço na guilhotina caso esteja agindo de forma incorreta como gestor e como professor.(Luiz Carlos)


O DECÁLOGO DOS PAIS CNNPV Domingo, 8 de Fevereiro de 2009)


Queiramos ou não, os pais e as escolas compartilham a mesma empreitada de educar os alunos. Um não pode fazer o serviço do outro. Mas, em parceria, os pais podem contribuir, se conhecerem as regras do jogo e se dedicarem a tal tarefa coorporativa. Na prática, o desempenho dos pais deixa muito a desejar. Um pai entendido em educação pode ajudar o filho em trabalhos criativos ou pode debater com os professores a teoria pedagógica da moda. Em casa, pode-se ajudar os filhos de muitas maneiras. Vejamos as questões que um pai dedicado deve levar em conta:
1. Conversar com os filhos com frequência? – As pesquisas mostram a importância dessas conversas, mesmo que não sejam sobre educação. Sugerem que estabeleçam metas pessoais para a própria educação?
2. Acompanhar minuciosamente o boletim escolar – que é a fotografia de seu desempenho? Ouve os filhos, para saber se estão sendo educados, com competência, desvelo e justiça? O pai pode não entender de educação, mas descaso e displicência ele sabe detectar.
3. Promove leituras em voz alta? Traz para casa leituras que os filhos acham interessantes? É preciso que seja alguma coisa que capture sua curiosidade. Não há bons alunos que não sejam também bons leitores. A leitura e a escrita são os fundamentos da educação.
4. Cria o espaço físico e a tranqüilidade necessária para os filhos? – Abre mão de seus confortos e conveniências para criar o silêncio indispensável?
5. Administra o uso da tv, para que não conflite com os estudos? – Algumas pesquisas mostram alunos tendo mais horas de tv por dia do que de estudo por semana. Não se trata de discutir se a tv é prejudicial em si mesma, mas de se preocupar com as horas que ela rouba dos estudos.
Na escola, não é menor o papel dos pais. Eles podem e devem cobrar resultados. E podem tornar desconfortável ou insuportável a vida de quem está atrapalhando ou deixa de fazer sua parte. Eis as perguntas que um bom pai deve fazer à escola:
1. O professor passa dever para casa? Corrige? Discute os erros e os acertos com os alunos? O “para casa” é uma continuação do processo escolar. E bem sabemos que, quanto mais tempo se passa estudando, mais se aprende.
2. Vai á escola perguntar e tentar entender o que está acontecendo? Aprende como e por que a escola avalia, aprova e reprova os alunos? Vai ver como são as normas disciplinares? Busca estabelecer parcerias produtivas com os professores que educam seus filhos? Nas visitas, verifica como estão os espaços físicos? Os banheiros estão limpos? Há vidraças quebradas? Mau sinal se a escola está descuidada, é sintoma de enfermidades mais graves.
3. Acompanha a vida na escola, para ver se os professores faltam ou chegam atrasados? Se ocorrem greves ou não há aulas, as causas de tais desarranjos são problemas da escola, não seus. O assunto do pai é a falta de aulas.
4. Cobra dos professores ou do diretor quando a escola não atende aos mínimos descritos acima? No caso do ensino público, reclama com o secretário de Educação quando a política atrapalha o ensino? Está disposto a acampar em frente à casa do diretor ou secretário se outros métodos não funcionarem? Só o fato de conhecer a férrea disposição dos pais para protestar já pressiona a escola a resolver seus problemas e dissuade os políticos de meterem o bedelho onde não devem. Mas é preciso persistência.
5. Apóia os professores dedicados, com palavras e atos? Os bons professores têm de ser ajudados a prestigiados. Sua missão é preciosa demais para não ser reconhecida com generosidade. Mas os que parecem ser maus professores devem ser questionados com insistência.
Se os pais seguirem este decálogo, as conseqüências serão mais benéficas do que qualquer plano de educação feito pelo governo. (Por Cláudio de Moura Castro, economista – Veja 16/3/05)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

OBRAS DA BARRAGEM DE SÃO JOSÉ DEPOIS DA GAUTAMA E DOS GATUNOS







No dia 08 de fevereiro, do corrente ano, visitamos as obras da barragem, que está sendo construída no leito do Rio Real próximo ao povoado São José. Confesso que fiquei espantado com o tamanho da obra e, também, com uma série de indagações.
Idealizada, acredito, a princípio, com o objetivo de perenizar o Rio Real e amenizar os efeitos da seca no município e nos municípios circunvizinhos, a barragem orçada “a priori” em mais de 20 milhões de reais, tinha uma envergadura ainda maior, visto que seriam construídas 04 barragens sucessivas, uma obra, portanto de dimensões colossais que certamente iria gerar mais emprego e renda na nossa pobre região.
O que motivou a suspensão das obras idealizadas foi, sem sombra de dúvida, a ganância dos políticos profissionais que, estavam no poder em 2000, pois, quiseram tirar os vinte por cento antes mesmo de começar a obra, logo em cima dos mais necessitados, os pequenos proprietários de terra, onde seriam construídas as barragens, adquirindo as terras e não repassando o devido valor dessas, como também superfaturamento nas obras preliminares, com a participação do Sr. Zuleido Veras da famigerada GAUTAMA e de alguns GATUNOS do município de Poço Verde.
Após vários imbróglios, idas e vindas a Brasília por parte do atual chefe do executivo, negociações no TCU, que embargou as obras, o projeto inicial foi reduzido a uma barragem orçada em pouco mais de 5 milhões de reais, e repassada para o Governo do Estado que está tocando a obra.
Na minha visita a obra, confesso que fiquei impressionado com a envergadura da obra que, segundo estimativa de um trabalhador, que estava no local, esta gerando cerca de 60 empregos. Me preocupou, também, o impacto ambiental. Existe uma pequena mata virgem atrás da barragem e, seria de bom alvitre, fazer um projeto de proteção ambiental, criando um parque ecológico, reflorestando com árvores nativas, para que se possa criar uma área de estudo onde professores possam fazer visitas com seus alunos e também pesquisadores da caatinga e da vegetação e fauna do semi-árido.
“Sobre preservação ambiental um fato, no mínimo hilariante aconteceu durante a execução das obras atuais. O IBAMA embargou a obra e segundo a “boca miúda” aconteceu porque durante a visita de uma técnica do referido órgão, esta, conversando com os trabalhadores indagou se aparecia, no local, quando estes estavam trabalhando, algum animal nativo, pergunta que foi prontamente respondida pelos trabalhadores que afirmaram que apareciam vários, tatus, preás, teiús e que matavam e comiam inclusive, perguntaram a técnica se não queria provar das iguarias nativas, daí o embargo da obra.”
Estou postando algumas fotos, para que os leitores tenham uma noção da dimensão da obra e da sua importância para a região. Esperamos que o atual gestor do município tenha sensibilidade para fazer com que esta magnífica obra seja utilizada realmente para os fins que se propõe.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

“Flash Back”, Mas Pode Chamar de Reminiscência Mesmo





Campanha política de 2000, Cacimba Nova, lá estávamos, “4 gatos pingados”, mais gente em cima do palanque do que embaixo, ou seja mais oradores do que eleitores. Lembro perfeitamente, também, do comício do São José no mesmo ano onde, poucas pessoas compareceram e os outros não abriram nem as portas para ver aqueles oradores que se alternavam entre os discursos e a platéia para fazer volume. Lembro, como um filme, um “flash back” pois, estive lá. Naquela primeira campanha, do atual prefeito, nós, jovens sonhadores e idealistas, utilizávamos de um discurso recheado de ideologia esquerdista, condenando o que julgávamos de nepotismo, corrupção e perseguições políticas do prefeito de época, o Sr. José Everaldo de Oliveira.
Lá se vão 08 anos, e mais duas campanhas, sempre votando e defendendo teses de avanço, progresso, democracia, participação coletiva, e sempre votando e defendendo o mesmo agrupamento político. Naquela primeira eleição fomos derrotados fragorosamente, mais, 04 anos depois, conseguimos lograr êxito, ou seja, saímos vitoriosos e posteriormente, outra vitória, e as lembranças daquela primeira campanha, continuam vivas, como continuam latentes as perseguições sofridas e a falta de oportunidades durante os anos do governo Everaldo.
Hoje, muitos dos que nos perseguiram estão encastelados no poder e são tratados com deferência, por isso faço constantemente reflexões para saber o que realmente conquistamos para o povo de Poço Verde. Indago sobre as revoluções pregadas pelos companheiros, principalmente aqueles que vieram das bases populares, que não tinham nenhuma oportunidade, ai lembro da música de Zé Ramalho... Eh! Oh! Oh! Vida de gado, povo marcado eh!, povo feliz...
Foram tempos difíceis aqueles, mas acreditávamos que era possível mudar, ter uma cidade mais humana, uma administração mais justa, oportunidades para todos, para os filhos de Poço Verde que conseguiram a muito custo ter uma formação profissional, um gerenciamento com investimentos nos lugares mais carentes e necessitados e maior transparência na aplicação dos recursos.
Sempre me pergunto se sou um sonhador, ou utópico. Acredito que é possível administrar de forma transparente, sem apadrinhamento ou nepotismo. Acredito que é possível criar uma Secretaria de Orçamento Participativo levando para as comunidades as discussões sobre a aplicação dos recursos destinados ao município. Acredito que é possível publicar mensalmente, em local visível, a prestação de contas tanto do executivo quanto do legislativo, de forma clara, para que o povo saiba onde está sendo gasto os recursos e assim elogiar ou criticar, com propriedade, seus gestores. Acredito que é possível acatar as críticas e fazer delas uma alavanca para impulsionar a gestão, corrigindo as distorções. Acredito num legislativo forte, que não esteja a serviço de boca A ou boca B, mas sim a serviço da população. Acredito que um dia o povo da terra vai ser valorizado pelo profissionalismo e não por crenças ou ideologia política partidária. Acredito que um dia a diversidade vai ser valorizada, que não vai ser preciso ser parente, amigo intimo ou seguidor cego, ferrenho e cabisbaixo para se ter uma oportunidade de mostrar suas qualidades. Acredito que vai ser possível discutir, opinar, ser contra, ousar falar e agir em beneficio da coletividade sem ser apedrejado, perseguido ou tratado como um leproso. Acredito na força da honestidade, no uso correto de recursos públicos, no tratamento igualitário para todas as pessoas, e na crença de um poder sem poder autoritário, pois “todo poder emana do povo e em nome dele deve ser exercido”

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Battisti, Terrorista ou Revolucionário?




Sobre o imbróglio diplomático entre Brasil e Itália, criado a partir da negação do pedido de extradição do ex-militante do PAC Cesare Battisti por parte do governo brasileiro, é necessário fazer uma reflexão a partir de diversas fontes.
A grande imprensa do Brasil, sempre a serviço das oligarquias dominantes, acusa Batistti de terrorismo e culpam o governo lula de dar guarida a um assassino. Contudo existem outras versões, entre elas a do Jornalista Sebastião Nery que mostra uma faceta histórica dos fatos que levaram Battisti a lutar no seu País, como lutaram nossos jovens durante a ditadura militar no Brasil, que nos deram, com seu sangue e sua luta, a liberdade de se expressar e votar de forma direta.
Transcrevo, abaixo, texto do jornalista Sebastião Nery sobre o tema em foco:

A CABEÇA DE BATTISTI
RIO – O carrão preto, motorista de libré, parava na porta da embaixada do Brasil em Roma, na Piazza Navona, em 90 e 91. Descia um senhor baixo, 80 anos, terno escuro, colete cinza, camisa branca e gravata. Um dos homens mais poderosos da Itália, conde do Papa, banqueiro de Deus, ia buscar-me para almoçar, a mim, pobre marquês, adido cultural.
Íamos aos mais discretos e charmosos restaurantes de Roma, com os melhores vinhos da Itália. Às vezes o almoço foi no palacete dele, na Vila Archimede, no alto do Gianicolo, ou, em um domingo de sol, em sua casa na serra, em Grottaferrata, a poucos quilometros de Roma. Simpático, vivido, o conde Umberto Ortolani era uma figura “ambígua, misteriosa” (como dizia o “La Republica”). Mal falava, só perguntava.
Dele eu sabia que era conde da Santa Sé,“gentiluomo di sua Santitá”, banqueiro do Vaticano, socio-diretor do jornal “Corriere de la Sera”. Havia conhecido num vernissage no Masp, em São Paulo, em 84, apresentado pelo jornalista e editor José Nêumanne, do “Estado de S. Paulo”.

ORTOLANI
O que ele queria de mim?Queria o Brasil. Queria que eu convencesse o embaixador Carlos Alberto Leite Barbosa a convencer o Itamaraty a lhe entregar um novo passaporte, pois tinha cidadania brasileira dada pela ditadura militar a pedido dos Mesquita do “Estado de S. Paulo” e os dois que tinha, o italiano e o brasileiro, o governo italiano lhe tomara ao descer em Roma, depois de oito anos asilado no Brasil.
Impossível. Quem tomou o passaporte foi o governo italiano. O Brasil nada tinha com aquilo. Mas ele achava que, insistindo, talvez conseguisse. Queria fugir de novo. Ou não tinha companhia melhor para sua conversa admirável sobre a política italiana e seus magníficos vinhos.
Levou-me a seu escritório na Via Condotti, 9, em cima da Bulgari :
- Desta sala saíram sete primeirios ministros : Andreotti, Craxi, etc.

UM LIVRO
O conde é uma historia exemplar do satânico poder dos banqueiros, mesmo quando, como ele, um banqueiro de Deus, vice-presidente do banco Ambrosiano, do cardeal Marcinkus, até hoje foragido nos Estados Unidos.
Os que criticam, inteiramente sem razão, o presidente Lula e o ministro Tarso Genro, por terem dado asilo político ao italiano Cesare Battisti, deviam ler um livro imperdível : “Poteri Forti” (“Fortes Poderes, o Escândalo do Banco Ambrosiano”), do jornalista italiano Ferruccio Pinotti, abrindo as entranhas do poder de corrupção do sistema financeiro, de braços dados com governos, partidos, empresários, maçonaria, mafia.
Em junho de 1982, foi encontrado estrangulado em Londres, embaixo da “Blackfriars Bridge” (“a ponte dos Irmãos Negros”), o banqueiro italiano Roberto Calvi, presidente do Banco Ambrosiano, que acabava de quebrar, e tinha como diretores o cardeal Marcinkus, o conde Ortolani e o chefe da P-2 italiana (maçonaria), Licio Gelli.

MÃOS LIMPAS
Nos dias seguintes, na Itália e na Inglaterra, apareceram assassinados varios outros ligados a Calvi. (Não é só em Santo André que se limpa a área). No meio da confusão estava Ortolani, um dos quatro “Cavaleiros do Apocalipse”. Quando, a partir de 90, a “Operação Mãos Limpas” chegou perto deles, o conde, olhando Roma lá de cima do Gianiccolo, me dizia :
- Isso não vai acabar bem.
Depende o que é acabar bem. O ministério Publico e a Justiça enfrentaram a aliança satânica, que vinha desde 45, no fim da guerra, entre a Democracia Cristã e a máfia italiana. Houve centenas de prisões, suicídios. Nunca antes a máfia tinha sido tão encurralada e atingida. Responderam com bombas detonando carros de procuradores e juizes. Mas os grandes partidos políticos aliados (Democrata Cristão, Socialista, Liberal) explodiram. O Partido Comunista, conivente, se desintegrou. E meu amigo conde, condenado a 19 anos, morreu em 2002, aos 90 anos.

NEGRI E BATTISTI
A “Operação Mãos Limpas” não teria havido se um punhado de bravos jovens valentes e alucinados, das Brigadas Vermelhas e dos Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) não tivesse enfrentado o Estado mafioso.
O governo, desmoralizado, usava a máfia para eliminá-los. Eles reagiam, houve mortos de lado a lado, e prisões dos lideres intelectuais, como o filósofo De Negri (asilado na França) e o romancista Cesare Battisti (asilado na França). Estava lá, vi, escrevi, acompanhei tudo.
Foram eles, os jovens rebeldes das décadas de 70 a 80, que começaram a salvar a Itália. Se não se levantassem de armas na mão, a aliança Democracia Cristã, Partido Socialista, Liberais e máfia, estaria lá até hoje. Berlusconi é o feto podre que restou, mas logo será expelido.

SALOMÉS
O corrupto Chirac, a pedido de Berlusconi, retirou o asilo político de Battisti, que o Brasil agora lhe deu. Tarso Genro e Lula estão certos. O problema foi, era, continua político. O fascista Berlusconi (primeiro-ministro)é apoiado pelo desfrutável velhinho comunista Giorgio Napolitano (presidente) que se escondeu quando o juiz Falcone (assassinado) e o procurador Pietro(hoje no Parlamento) fizeram a “Operação Mãos Limpas”
Não têm autoridade moral nenhuma. Por que não devolveram Caciolla, o batedor de carteira do Banco Central, quando o Brasil pediu?
As Salomés de lá e cá querem entregar a cabeça de Battisti à máfia.
www.sebastiaonery.com.br

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Poço Verde, Idéias Socialistas Possíveis.


“Se você é capaz de tremer de indignação
a cada vez que se comete uma injustiça no mundo,
então somos companheiros!”


A doutrina socialista, que prega entre outras atitudes, a socialização de serviços públicos e o gerenciamento destes pelo povo, pouco é colocado em prática no mundo, salvo raras exceções esta se esvaindo, principalmente em momentos de crises econômicas que, fortalece ainda mais o capitalismo e torna-o mais selvagem e agressivo.
O município de Poço Verde que desde 2004 é administrado pelo Partido Socialista Brasileiro adota pouco ou nada da doutrina socialista, apesar da identificação do Partido que exerce o poder, hoje dominante no executivo e no legislativo.
Acreditamos que é possível adotar práticas socialistas no município. Vários serviços poderiam ser administrados pelo povo, como por exemplo:
Coleta do Lixo: Terceirizado, é feito por empresa criada por uma pessoa que recebe pelo serviço executado por catadores e donos de camionetes. Poderia ser incentivado a criação de uma cooperativa ou associação de catadores e transportadores de lixo que não mais precisaria de intermediários que, ficam com a maior parte dos recursos pagos para coletar e transportar o lixo. Dessa forma os próprios catadores e transportadores seriam beneficiados, recebendo um pagamento mais condizente e melhorando a qualidade de vida de suas famílias e, claro, poderia aumentar a quantidade de trabalhadores, melhorando também a coleta de lixo e os lucros advindos desse processo seria dividido pelas pessoas que realmente exercem essa atividade árdua.
Transporte Escolar: Feito atualmente por uma empresa que terceiriza também essa atividade pública, poderia ser administrado pelos próprios donos de ônibus e vans, não necessitando de intermediário, que fica com a maior parte do lucro advindo do trabalho de outros. Assim, com a criação de uma cooperativa de transporte escolar, os próprios trabalhadores desse setor administrariam os recursos pagos pelo poder público para fazer esse serviço.
No entanto, para adotar práticas socialistas no município, que são possíveis, é necessário que haja vontade, pois a vontade é que move o mundo, e no caso, vontade política daqueles que gerenciam os recursos públicos alocados no município de Poço Verde.
 
Copyright © 2010 TRANSPARÊNCIA POÇO VERDE. All rights reserved.