sábado, 7 de fevereiro de 2009

“Flash Back”, Mas Pode Chamar de Reminiscência Mesmo





Campanha política de 2000, Cacimba Nova, lá estávamos, “4 gatos pingados”, mais gente em cima do palanque do que embaixo, ou seja mais oradores do que eleitores. Lembro perfeitamente, também, do comício do São José no mesmo ano onde, poucas pessoas compareceram e os outros não abriram nem as portas para ver aqueles oradores que se alternavam entre os discursos e a platéia para fazer volume. Lembro, como um filme, um “flash back” pois, estive lá. Naquela primeira campanha, do atual prefeito, nós, jovens sonhadores e idealistas, utilizávamos de um discurso recheado de ideologia esquerdista, condenando o que julgávamos de nepotismo, corrupção e perseguições políticas do prefeito de época, o Sr. José Everaldo de Oliveira.
Lá se vão 08 anos, e mais duas campanhas, sempre votando e defendendo teses de avanço, progresso, democracia, participação coletiva, e sempre votando e defendendo o mesmo agrupamento político. Naquela primeira eleição fomos derrotados fragorosamente, mais, 04 anos depois, conseguimos lograr êxito, ou seja, saímos vitoriosos e posteriormente, outra vitória, e as lembranças daquela primeira campanha, continuam vivas, como continuam latentes as perseguições sofridas e a falta de oportunidades durante os anos do governo Everaldo.
Hoje, muitos dos que nos perseguiram estão encastelados no poder e são tratados com deferência, por isso faço constantemente reflexões para saber o que realmente conquistamos para o povo de Poço Verde. Indago sobre as revoluções pregadas pelos companheiros, principalmente aqueles que vieram das bases populares, que não tinham nenhuma oportunidade, ai lembro da música de Zé Ramalho... Eh! Oh! Oh! Vida de gado, povo marcado eh!, povo feliz...
Foram tempos difíceis aqueles, mas acreditávamos que era possível mudar, ter uma cidade mais humana, uma administração mais justa, oportunidades para todos, para os filhos de Poço Verde que conseguiram a muito custo ter uma formação profissional, um gerenciamento com investimentos nos lugares mais carentes e necessitados e maior transparência na aplicação dos recursos.
Sempre me pergunto se sou um sonhador, ou utópico. Acredito que é possível administrar de forma transparente, sem apadrinhamento ou nepotismo. Acredito que é possível criar uma Secretaria de Orçamento Participativo levando para as comunidades as discussões sobre a aplicação dos recursos destinados ao município. Acredito que é possível publicar mensalmente, em local visível, a prestação de contas tanto do executivo quanto do legislativo, de forma clara, para que o povo saiba onde está sendo gasto os recursos e assim elogiar ou criticar, com propriedade, seus gestores. Acredito que é possível acatar as críticas e fazer delas uma alavanca para impulsionar a gestão, corrigindo as distorções. Acredito num legislativo forte, que não esteja a serviço de boca A ou boca B, mas sim a serviço da população. Acredito que um dia o povo da terra vai ser valorizado pelo profissionalismo e não por crenças ou ideologia política partidária. Acredito que um dia a diversidade vai ser valorizada, que não vai ser preciso ser parente, amigo intimo ou seguidor cego, ferrenho e cabisbaixo para se ter uma oportunidade de mostrar suas qualidades. Acredito que vai ser possível discutir, opinar, ser contra, ousar falar e agir em beneficio da coletividade sem ser apedrejado, perseguido ou tratado como um leproso. Acredito na força da honestidade, no uso correto de recursos públicos, no tratamento igualitário para todas as pessoas, e na crença de um poder sem poder autoritário, pois “todo poder emana do povo e em nome dele deve ser exercido”
 
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