terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

VERDADE INCONVENIENTE




A mídia brasileira anda em polvorosa no momento com as entrevistas do Senador Jarbas Vasconcelos, que atacam o PMDB e fazem uma varredura ética nos “princípios” que norteam a política brasileira.
Para rabiscar algumas palavras sobre essa “hecatombe” política, causada pelas declarações do Senador Jarbas Vasconcelos, tomo emprestado o título da coluna de Dora Kramer, da Agencia Estado, publicada no Jornal da Cidade do dia 17/02/2009, Verdade Inconveniente.
As palavras do Senador foram duras e diretas, “boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção”, “A maioria se move por manipulações de licitações e contratações dirigidas”, “Não basta mudar os nomes, é preciso mudar as práticas” , são palavras que buscam tornar públicas o que todo mundo já sabe mas que se esconde, sempre embaixo do tapete, principalmente quando interesses do mundo político corporativo estão em negociações.
Nos perguntamos se expor entranhas de modo tão direto vale a pena, pois, muitas vezes somos chamados de loucos, quixotescos, e tratados, como disse Dora Kramer, de “‘indisciplinado(s), boquirroto(s) e intolerante(s)”.
Sobre a questão da avidez por cargos, na entrevista para a Veja, Páginas amarelas, dia 18/02, Jarbas foi taxativo em responder que a luta por cargos é: “Para fazer negócios, ganhar comissões. Alguns ainda buscam o prestígio político. Mas a maioria dos peemedebistas se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados: manipulações de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral. A corrupção está impregnada em todos os partidos. Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção”.
Nada de novo, pois todos os brasileiros de boa ou má fé sabem que não é de hoje que essas práticas que infestam todos os burgos desse país, em todas as esferas, estão historicamente presentes e são parte do corpo, não como um ser alienigina, mas como uma doença endêmica que aprendemos a conviver, embora não aceitemos, embora saibamos que, como um câncer odioso está nos matando aos poucos.
Mas, será que estamos enxergando “moinhos de vento” ? Será que O Senador Jarbas Vasconcelos também é um Dom Quixote, e suas ilusões são, portanto, Quixotescas? Então, tratemo-o como louco, ou boquirroto, pois é muito melhor para sociedade jogar tudo debaixo do tapete, e, mais uma vez a grande chance de colocar como foco principal das discussões a questão ética, será esquecida nas prateleiras empoeiradas das esquinas das nossas mentes corruptas.
 
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